Moçambique lança Campanha para Eliminação do HIV e Sida Pediátrico
Quando uma gestante é portadora do HIV, ela tem que seguir um tratamento especial contra a Sida e alimentar o bebé apenas com leite materno até o sexto mês de vida, diminuindo assim ao máximo as chances de transmissão do vírus à criança.
Segundo o Departamento de Imunologia do Instituto Nacional de Saúde, 30 por cento das crianças com HIV tendem a morrer antes do seu primeiro ano de vida em Moçambique, sendo que 50 por cento delas acabam perecendo antes do segundo ano por causa do diagnóstico tardio do vírus da Sida.
Por sua vez, o Instituto Nacional de Estatística (INE) indica que mais de 147 mil crianças são portadoras do HIV no país, sendo que todos os dias cerca de 85 se infectam via transmissão vertical, da mãe para o bebé, e aproximadamente 500 mil já ficaram órfãs por causa dessa doença.
É nesse âmbito que foi lançada oficialmente na última quinta-feira, em Maputo, a Campanha para Eliminação do HIV e Sida Pediátrico (CEPA). O objectivo é aumentar a atual cobertura nacional de prevenção da transmissão vertical e do tratamento pediátrico, de aproximadamente 40 por cento, para 80 por cento até 2012.
“Não deixemos os bebés morrerem”, apelou a matrona da CEPA ao nível global, Graça Machel, durante o lançamento da campanha.
A iniciativa é da organização internacional Global Aids Alliance e está a ser implementada noutros países da região Sub-sahariana. Em Moçambique, a campanha é coordenada pelo Movimento Para o Acesso ao Tratamento em Moçambique (MATRAM).
O Representante de Moçambique no Conselho de Liderança da CEPA ao nível global, Avertino Barreto, advertiu que o estado de saúde da mãe determina o do bebé. “Temos que garantir que a prevenção da transmissão vertical chegue às gestantes e aos seus filhos. Sem isso, colocaremos em risco a vida de muitas pessoas”, advertiu
Maurício Cysne, Coordenador Nacional do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Sida (ONUSIDA), reforça que “a questão do HIV é muito séria e toca o coração de todos nós. É obrigação moral nossa garantir que os petizes nasçam sem o HIV.”
O número de unidades sanitárias com um programa de prevenção da transmissão vertical aumentou de 222, em 2006, para 740 em 2009. Até 2011, espera-se atingir mais de 860 unidades sanitárias, o equivalente a 90 por cento do total.
No entanto, o relatório Infecção pelo HIV – Desafios do TARV pediátrico em Moçambique mostra que a qualidade e expansão dos serviços de tratamento contra a Sida em crianças continuam baixas.
César Mufanequiço, Coordenador Nacional do MATRAM, reconhece que “falta mais engajamento da sociedade civil para salvaguardar a saúde das crianças.”
Fernando Fidélis/Agência Sida – 30.07.2010
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